19 mulheres foram vítimas de homicídio conjugal

Em Portugal registaram-se 19 mortes de mulheres em contexto conjugal, este ano. O mais recente caso aconteceu esta terça-feira. Números têm vindo a decrescer.

 
 

Os dados provisórios dão conta de que já morreram 19 mulheres em contexto conjugal em 2017, tendo o último caso acontecido esta terça-feira à noite.

 

A mais recente vítima foi uma mulher de 45 anos, funcionária numa empresa de transporte internacional de legumes, em Salvaterra de Magos, Santarém, que foi assassinada a tiro pelo marido no local de trabalho, na hora de almoço dos funcionários, perto das 13h30. O marido suicidou-se de seguida com o revólver que trazia.

 

Ao que apurou o Diário de Notícias, o casal estava em processo de separação, não tendo sido possível perceber se havia um historial de violência doméstica, estando a secção de Homicídios da Polícia Judiciária de, momento, a investigar o caso.

 

A PJ afirma, após a análise a 43 homicídios conjugais ocorridos de 2010 a 2015, em Lisboa, que maioria das mortes em contexto conjugal se registou dois meses após a separação dos casais.

 

O DN revela que estes 19 casos de homicídios em contexto conjugal registados em 2017 confirma uma “tendência de diminuição dos homicídios conjugais que já se verifica há três anos e que acompanha a curva de diminuição do homicídio a nível geral”, citando Elisabete Brasil, presidente da UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta. Os dados do Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR mostram que se registaram 31 homicídios conjugais em 2016 e 29 em 2015. Estes números representam “mais de um terço dos homicídios em Portugal”, explica Elisabete Brasil, lembrando ainda que este factor “é preocupante”.

 

A equipa do Observatório de Mulheres Assassinadas, que faz a contagem anual através dos casos relatados na imprensa, tem constatado que “a maioria dos casos que resultam em morte já tinham para trás denúncias de violência doméstica”, havendo até situações que estavam já na fase de inquérito, com medidas de coação aplicadas ao agressor.

 

Grande parte destes homicídios, ao contrário do último registado, acontece em casa. “Mas têm vindo a aumentar nos últimos anos os casos no local de trabalho e na via pública”, assinala Elisabete Brasil, que garante ainda que são raros os casos em que o agressor se suicida de seguida.

 
 

Fonte: Sábado online – 27 de Dezembro de 2017